Fernanda Carvalho, artista brasileira nascida em Campinas em 1974, é uma figura que transita com destreza entre o mundo da arquitetura e as artes visuais. Formada em arquitetura, Fernanda construiu uma carreira sólida nesta área por mais de uma década, mas sua verdadeira paixão sempre foi o desenho e a pintura, elementos que hoje exploram uma nova dimensão graças às possibilidades da inteligência artificial e das tecnologias digitais.
Representada pela renomada galerista e curadora Lígia
Testa, Fernanda vem conquistando espaço no cenário artístico com uma obra
que combina temas lúdicos e sociais, expressos através de linhas ortogonais e
técnicas variadas, como grafite, lápis de cor, nanquim, tinta acrílica e
colagem. Sua trajetória ganhou impulso a partir de participações em exposições
virtuais, onde Lígia Testa reconheceu seu potencial inovador e ousado.
“A emoção é o início do meu processo criativo”, revela Fernanda.
Ela explica que suas obras são alimentadas por sentimentos profundos –
indignação, tristeza, preconceito, esperança – que só o ser humano consegue
sentir, diferentemente da inteligência artificial. Essa conexão emocional serve
como ponto de partida para a criação de suas peças, onde a ideia surge
carregada de energia, levando à escolha de técnicas e, cada vez mais, ao uso de
tecnologia.
Para Fernanda, a tecnologia não substitui a técnica,
mas a complementa: “A evolução da técnica é a tecnologia. Ambos são
ferramentas ao serviço da ideia, que é o verdadeiro protagonista”. No seu
processo criativo, ela gera imagens digitais através da IA, que servem de base
para personagens criados manualmente em técnica mista. Esses personagens,
fotografados e inseridos nas imagens geradas, resultam em obras com novos
significados, capazes de provocar emoções e questionamentos.
A fase final de seu processo envolve a transformação das
obras em NFTs, utilizando a tecnologia blockchain. “Meu ciclo criativo
termina quando a obra está pronta e registrada como NFT, mas, como diz Lígia
Testa, a arte precisa de pessoas. Se uma única pessoa se emocionar ao
vê-la, meu propósito está completo”, afirma Fernanda.
Entre suas coleções mais impactantes está a ‘Casas
Inóspitas’, uma série de NFTs que aborda temas como preconceito, rejeição e
solidão, inspirada por depoimentos reais de pessoas que enfrentaram
discriminação por sua orientação sexual. Fernanda relata que uma simples
observação, como uma casa de vespa na parede de sua garagem, virou uma metáfora
poderosa para suas criações, levando à concepção de casas surreais e inóspitas,
como cactos, plantas carnívoras e águas-vivas.
A utilização de inteligência artificial para geração de
imagens foi uma solução rápida e criativa para concretizar essas ideias.
Fernanda destaca a importância de entender as ferramentas tecnológicas e
utilizá-las de forma ética, sempre com o olhar crítico: “Assim como qualquer
arte, o NFT pode ou não ter qualidade e relevância artística. Precisamos
conhecer as novas tecnologias e usá-las ao nosso favor. Afinal, arte é emoção:
há o bem e o mal”.
Fernanda Carvalho demonstra que a combinação de
técnica, emoção e tecnologia é o caminho para uma arte contemporânea inovadora
e profundamente humana. Sua obra convida o espectador a refletir sobre questões
sociais, pessoais e tecnológicas, reforçando que, acima de tudo, a arte é uma
expressão genuína do sentimento humano.
Serviço
Obras de Fernanda Carvalho
Local: Galeria Ligia Testa
Informações: https://ligiatesta.com.br/
Instagram: @ligiatestaarte
Whats: 19 99792 7221
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